Na nutrição comportamental, trabalhar a relação com a comida vai muito além de prescrever um plano alimentar. Um exemplo poderoso dessa abordagem é a lista de aceitação.
Imagine uma pessoa que sente extrema dificuldade em incluir pães na rotina porque carrega anos de crenças de que “pão engorda” ou “carboidrato à noite é proibido”. Nessa lista, não pedimos que ela coma pão imediatamente ou de maneira forçada. Em vez disso, criamos etapas que respeitam seu ritmo.
A primeira linha da lista pode ser apenas pensar em um pão que ela gostava de comer na infância. Na semana seguinte, talvez sugerimos que ela compre esse pão, sem compromisso de consumir, apenas para que ele esteja ali, visível, como um recomeço na relação.
Com o tempo, essa pessoa pode experimentar uma mordida, depois uma fatia inteira, até chegar ao ponto de incluir pão de forma tranquila em suas refeições, sem culpa ou medo.
Essas listas não são sobre “chegar lá rápido”. São sobre criar um caminho seguro e respeitoso para que a pessoa construa confiança e liberdade com os alimentos, no ritmo que faz sentido para ela. Afinal, reatar laços com a comida também é um processo de cuidado e aceitação.
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